Operação nacional “Bullying é Para Fracos”


Equipas do Programa Escola Segura alertam para efeitos nefastos do cyberbullying.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) inicia hoje, através das Equipas do Programa Escola Segura (EPES), a operação de âmbito nacional Bullying é Para Fracos”. Esta operação, que decorre até dia 24 de outubro, é direcionada aos alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, bem como a professores, assistentes operacionais, pais e encarregados de educação.

Durante o período da operação, as EPES intensificam as ações de sensibilização subordinadas às temáticas do bullying e cyberbullying junto da comunidade escolar, sensibilizando para o impacto negativo que estes comportamentos têm na vida das vítimas, bem como para a importância de identificar comportamentos e sinais que permitam detetar, de forma precoce, vítimas que estejam a ser alvo destes fenómenos, promovendo assim a sua proteção e encaminhamento para as entidades competentes.

Esta operação pretende ainda assinalar o Dia Mundial de Combate ao Bullying, que se celebra anualmente a 20 de outubro, relembrando que a luta contra este fenómeno não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas, tratando-se sim de uma luta diária e constante, cuja responsabilidade cabe a toda a comunidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), bullying é um comportamento indesejado e agressivo entre crianças em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo.

bullying e o cyberbullying não são crimes, mas antes comportamentos violentos suscetíveis de interferir, de forma negativa, no crescimento físico, emocional e psicológico das vítimas. Para serem classificados como tal, devem obedecer a três requisitos cumulativos:

– Tem de existir um desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor (bullie);

– Tem de haver uma manifesta intenção, por parte do agressor, em causar algum tipo de sofrimento na vítima;

– Tem de ser uma prática reiterada no tempo (existir um histórico);

Num mundo cada vez mais tecnológico, no qual as crianças e jovens recorrem à internet e às redes sociais numa fase cada vez mais precoce da sua vida, o bullying tem assumido novos contornos, deixando de ser um comportamento manifestado apenas de forma presencial – quer seja através de agressões físicas, ameaças, injúrias ou provocação/humilhação – e passando a manifestar-se no mundo digital, ganhando assim a designação de cyberbullying.

O facto deste comportamento ocorrer no espaço digital acarreta uma série de problemas acrescidos em comparação com o bullying, pois prolonga-se 24h por dia, é indelével e a vítima sente que não tem onde se refugiar, nem por um curto período de tempo. Isto faz com o que o cyberbullying acabe por causar danos ainda mais nefastos nas vítimas, apesar de não ser praticado de forma presencial.

No ano letivo 2024/2025, a PSP realizou 6.336 ações de sensibilização sobre bullying e cyberbullying que contaram com a participação de mais de 131.200 alunos.

Das 2.791 ocorrências criminais registadas pelas Equipas do Programa Escola Segura (EPES) no último ano letivo, 130 estão relacionadas com situações de bullying e 21 estão relacionadas com situações de cyberbullying, representando um decréscimo residual em comparação com o ano letivo 2023/2024. Estas 151 ocorrências correspondem a 5,4% do total das ocorrências criminais verificadas no último ano letivo.

A PSP, a propósito desta operação, transmite alguns conselhos aos pais/encarregados de educação e à restante comunidade escolar, apelando ainda à denúncia de todas as situações de bullying/cyberbullying de que tenham conhecimento.

Devem estar atentos aos seguintes comportamentos das vítimas:

– Perturbações alimentares e/ou do sono;

– Desinteresse por atividades que as cativavam;

– Quebra do rendimento escolar;

– Mudança de amigos;

– Tentativas e/ou ameaças de suicídio.

Devem estar ainda atentos aos seguintes sinais/indícios:

– Hematomas, cortes, arranhões;

– Dores de cabeça; dores de barriga;

– Material escolar danificado ou que desaparece;

– Ansiedade/depressão;

– Agressividade/timidez ou isolamento.

Como podem ajudar as vítimas:

– Não discriminar nem censurar;

– Incluir as vítimas nas atividades do grupo;

– Incentivar à prática de atividades de que gostam;

– Promover a autoestima;

– Não partilhar conteúdos representativas destes comportamentos na internet.

A PSP relembra que os polícias afetos às EPES encontram-se sempre presentes e disponíveis para receberem denúncias, aconselharem e apoiarem as vítimas e as respetivas famílias.

Estas denúncias podem ser efetuadas, quer de forma presencial junto das EPES ou numa Esquadra da PSP, quer através do e-mail dedicado escolasegura@psp.pt.

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